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Outono - Meu amor...

Chovia a primeira chuva do outono, fui pega de surpresa na rua por aquele temporal maravilhoso. Minha vontade era de parar e curtir aquela água pura que jorrava do céu, mas preocupada com os documentos que levava resolvi correr, mesmo a contragosto.

Com os olhos embaçados pela tempestade não percebi que vinha uma pessoa ao meu encontro e foi um encontro e tanto! Pra não cair, soltei tudo o segurava e me salvei no que de maior e mais largo tinha as minhas mãos. Fui fisgada por um olhar profundo, meu corpo foi puxado por um par de mãos quentes, pertencentes a braços longos e fortes, era só eu ele e a chuva, nada mais tinha vida ou existia, nada mais importava, só nós! Uma janela foi aberta no tempo, a vida cessou, os pássaros já amuados pelo frio, olhavam as duas almas irmãs, as duas almas gêmeas, as duas criaturas separadas pelo tempo pelo destino que se reencontravam naquele instante.

Ele reclinou-se, eu fui de encontro a ele, nossos lábios molhados pela chuva se encontram...

Não consigo descrever o que aconteceu naquele instante, nem uma palavra poderia expressar tamanha emoção... Foi a vida que entrou pelo meu corpo, correu pelas minhas veias, se fez ar em meus pulmões, desritmou de emoção meu coração, me fez plena. Toda minha existência foi em função daquele momento, daquele encontro. Eros se fez presente em nossos corpos em nossos braços, em nosso abraço... Acabara a procura, a minha busca findará era ele o dono dos olhos que eu buscava.

O beijo acabou os nossos lábios se desprenderam, meus olhos se abriram. Não era sonho, ele existia, a encarnação de um deus vivo estava na minha frente. Nada falei, ficamos a nos olhar em silêncio, um silêncio que dizia muito. Ele tocou em meu rosto como quem quer falar algo, eu fechei novamente os olhos, para me deliciar com aquele momento. Senti seus lábios quentes em minha testa e quando abri os olhos, ele estava indo embora.

Permaneci imóvel, vendo-o se afastar, a chuva continuava a banhar meu corpo, minha mão ainda foi ao ar buscando o que já não estava mais ao seu alcance. Seu telefone, seu e-mail, seu nome - nada do mundo ficou. Pra mim ele sempre se chamara Outono e quando a chuva cair e banhar meu rosto e meu corpo, minha alma será acariciada por ele e eu matarei minha saudade.







Carol, Abril/2009



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