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Por quem batem os sinos do Natal?



Pela falsa caridade oportunista. Passa-se o ano todo em necessidade, e, próximo do Natal, alguém reúne comidas e roupas e doa aos que nada têm. É a redenção da boa vontade, esquecida durante o ano, lembrada no Natal. Os pobres sempre tende convosco, diz a Palavra de Deus! Voluntários se oferecem, doações aparecem, enfim um espírito voluntário toma conta de todos. Passadas as festas natalinas, os sinos ecoam nas barrigas vazias, e nas roupas rotas, nas mentes tortas, nos sorrisos absortos, na peças marotas.

Pela mídia que fatura muito bem com seus natais bem elaborados, onde famosos visitam asilos, hospitais e favelas, procurando tocar a pessoas por suas atitudes. Durante todo o ano permissão, no Natal remissão.

Pelas mãos fechadas no ano que se estendem no Natal, pés opulentos caminham em busca do outro. Ricos e famosos descem de seus carros caros e andam em ruas lamacentas, vagueiam por paredes mal caiadas, entram em lugares pobres, esquecidos durante o ano, lembrados no Natal. Os sinos não ecoam nas mãos-de-vaca!

Pelas empresas que dobram seus lucros e batem recordes de vendas, tendo como chamariz o Natal. Se não há como vender nada a Deus, dono de tudo que é, vendamos aos seus filhos, raciocinam elas.

Pelos templos do consumo que mercadejam a felicidade plástica estampada em comerciais bem acabados, Natal é beleza, afirmam subliminarmente em suas propagandas.

Pelas mesas fartas dos ricos, que distribuem as migalhas com os pobres cachorrinhos. Repletas de produtos criados especialmente para o Natal: chesters, panetones, árvores, enfeites. Empanturram o estômago, enquanto esvaziam a alma.

Pelas indústrias de roupas que faturam como nunca, afinal Natal é roupa nova, dizem. Os sinos batem por você, que deixou de vir á igreja porque não tinha uma roupa nova, um atendimento ao apelo consumista.

Por Papai Noel, uma invenção nórdica que desce pelas lareiras a entregar presentes ás crianças. Nestes trópicos sem lareira ele eterniza a lenda nas lojas e ruas, e nas inúmeras situações em que a mídia pode faturar com ele. Papai Noel agora desce de helicópteros, para presentear mentes hipnotizadas pelo glamour.

Pelos mais pobres que sonham a utopia de serem visitados por um Papai Noel, nem que seja um Ratinho, um Gugu, um Show do Milhão, mas pode ser um Netinho, um ator global, uma sexy symbol do momento. Que Jesus, que nada, ele não aparece em novela ou comercial!

Pelos filmes temáticos que misturam realidade com ficção, Jesus com Papai Noel, e assim vão vendendo a ilusão. Os telespectadores embromados vibram diante da telinha ou da telona, isto é que é Natal!

Por você que espera um Deus que opera apenas no Natal, não um Deus incansável, que trabalha por aquele que nele espera o ano todo, 24 horas.

Pelos salões de beleza que nunca faturam tanto. São cortes, escovas, penteados, maquiagens, adornos para cabeça, unhas e corpos. Agora virou moda fazer plástica no fim de Ano, para o Natal dizem, consumidoras loucas para encarnar uma personagem qualquer.

Pela estética do Jesus do Natal. Estrategicamente colocado numa manjedoura, veste roupas caras e atende aos padrões de todos. Jesus negro para os negros, loiro para os loiros. Um Jesus adornado, maquiado, cheio de peripécias. Distante do meigo nazareno, prestam-se a cultos diversos.

Pela estética que pede luzes, muitas luzes. Para acender os caminhos e iluminar as fachadas, de quem passou o ano escondendo o rosto com vergonha dos atos. Empresas que roubaram do pobre e não atenderam ao gemido do necessitado, que exploraram sua mão de obra, repletas de luzes brilham para a vida fugaz. Vida fugaz essa de uns poucos dias do ano, desmontadas e cuidadosamente guardadas para o próximo Natal, como se a felicidade pudesse ser guardada em caixas de papelão.

Por você, que nas efemérides lembra de se adornar não para Deus, mas atender aos apelos dos outros. As luzes do Natal não podem iluminar sua alma!

Pela falsa alegria de quem passa uma noite toda dançando ao redor de um trio elétrico, comemorando o feriado e não o Natal.

Pelo aumento do consumo de drogas, de bebidas alcoólicas, pelas estatísticas inflacionadas dos acidentes. Os traficantes nunca faturam tanto quanto no Natal e Ano Novo. Os hospitais nunca recebem tantos feridos quanto nos feriados de fim de ano.

Pela incapacidade que temos de sintetizar quanto amor Deus tem por nós, ao nos doar Jesus, seu único Filho. As compras não podem retribuir o amor de Deus. No máximo, podem fazer com que alguém se sinta lembrado.

Pela insensibilidade de nos reconhecermos incapazes de salvar a nós mesmos. Mesmo que nascêssemos num Natal ou numa manjedoura, nada de eterno poderíamos fazer.

Pela distância que nos separa dos outros, seria o eco dos sinos um recurso para preencher o vazio que há entre nós? A mídia mostra pessoas felizes comendo juntas, enquanto somos incapazes de abrir nossa mesa a desconhecidos. Ou mesmo comer um chester numa mesma mesa, intrigados com algum parente!

Os sinos tocam porque nós não nos deixamos tocar por Deus, e rangem por nossa dor nostálgica. Não batem por Jesus, bem distante do Natal dos homens, ainda por nascer na manjedoura das almas!

Daladier Lima

******

Só agora estou colocando meus e-mails em dia, recebi este e não posso deixar de compartilhá-lo. É uma publicação ilícita, mas o texto, como tudo que Daladier escreve, é impagável, simplesmente maravilhoso eu não poderia deixar escondido.

Ao autor expressos minhas desculpas, mas sem o menor arrependimento.

A JJ, muito, muito, muito obrigada por me enviar esta maravilha, pena que não pude lê-lo antes.

Bj!



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2 comentários:

disse...

Minha linda,

Que em 2009 estejamos sempre juntinhas.
Dizer que te amo é muito pouco filha é mais que um amor, é coisa de mãe mesmo. Algumas pessoas não conseguem entender esse tipo de sentimento, não sabem o que estão perdendo.
filha que em 2009 todos os seus sonhos sejam realizados, que a graça de deus seja plena em sua vida e que Ele o Senhor te abençoe e te ilumine.
Te amo muitoooooooo...
Obrigada por existir e estar em minha vida!
Beijos muitos beijos........
Viver é belo

Viver é belo e mais belo ainda
quando se tem saúde e dinheiro,
quando nos sentimos amados
e quando amamos alguém
assim é belo viver.

Porém quando a saúde
se vai debilitando
quando o dinheiro começa a escassear,
quando deixamos de nos sentir amados
quando a tristeza nos invade
e perdemos o interesse de viver
existe apenas uma pessoa
que nos pode confortar com seu amor
essa pessoa é Deus.

Quer tenha-mos saúde ou não,
sejamos ricos ou pobres
Ele nunca nos abandonará
nunca nos desprezará
porque seu Amor é infinito.

Como tal continuar a viver é belo,
e é belo porquê?
Porque nos sentimos
Amados por Deus
porque nos sentimos
amparados por Ele
e um dia para Seu Reino partiremos,
e lá a vida continuará a ser bela,
e é belo poder viver
na Graça de Deus.
(AD)

Carol disse...

Nossa, que lindo manhinha!